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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Casamento islâmico

Noivas, tudo bem?

Estou curiosa pelos rituais religiosos de cada casamento, e, por este motivo, vou começar a postar sobre alguns aqui no casaremorar. Hoje vamos saber um pouco mais sobre a cerimônia islâmica de casamento.

A Muslimah do blog A mulher no Islam traz de maneira detalhada o ritual do casamento. Logo, resolvi pegar de lá boa parte do material. Além disso, ela escreve com propriedade, uma muçulmana brasileira, convertida ao Islam.

Em primeiro lugar, ela trata de desmitificar o casamento com cavalos e carruagens...O casamento no Islam é dotado de simplicidade.

No alcorão, existem diversos trechos que falam sobre o casamento, dentre elas, a que eu mais gostei:

"Não há nada melhor para duas pessoas que se amam do que o casamento."

Lindo né? Sabemos que a prática é diferente, mas eu, como uma blogueira do ramo casamenteiro, acredito e tenho fé no sentimento que leva as pessoas a se casarem, e respeito aos que pensam diferente, mas também peço o devido respeito ao meu pensamento.

Voltando..rsrs

O casamento Islâmico é um contrato civil baseado em consentimento mútuo do noivo e da noiva, diferentemente da forma sacramental do casamento. A maior parte dos incidentes do contrato são conseqüentemente aplicáveis a tal tipo de casamento; por exemplo, a consideração do casamento na forma de dote, a quebra do contrato pelo divórcio, o dar direitos legais e obrigações nas partes contratuais, e concedendo não mais poder ao marido do que o contrato lhe dá, de uma maneira lícita. O casamento islâmico não requer nem padre nem direito sacramental. Requer apenas o registro do consentimento mútuo. A mulher tem absoluto direito sobre as suas propriedades, adquiridas antes e depois do casamento. Além disso, possui uma distinta penhora sobre as propriedades do marido para o seu dote pré-nupcial.
Direito de Escolher um Marido:

Um dos maiores mitos ligados ao Islam, é a questão de que nesta religião as mulheres tem seus casamentos "arranjados" por suas famílias e que são obrigadas a casarem com homens que não conhecem. De acordo com a Lei Islâmica, a mulher não pode ser forçada a casar sem o seu consentimento, não é legal que um tutor force uma moça adulta a casar-se. Ninguém, nem mesmo o pai, ou o soberano, pode, legalmente, casar uma mulher adulta sem a permissão desta, seja ela virgem, ou divorciada. Uma das condições para o casamento dentro do Islam seja válido, é a aceitação por parte da noiva, caso esta se negue a casar com o rapaz em questão, o casamento não poderá ser consumado.

O casamento

São necessários:

1. Duas testemunhas;

2. O procurador, guardião (wali - em árabe) da noiva (pai ou outro responsável na sua ausência). A condição é que ele seja um homem muçulmano, se a moça não possui parentes muçulmanos, um outro homem influente na comunidade Islâmica onde ela reside pode cumprir esse papel;

3. O consentimento dos noivos;

4. O acerto do dote (um voto de sinceridade do noivo para com a noiva);

5. Alguém que guie a cerimônia, por exemplo, um Sheikh;

6. A divulgação entre a comunidade que o casamento irá acontecer.

São recitados versículos do Alcorão e é proferida uma palavra pelo Sheikh (ou outra pessoa que esteja dirigindo o casamento). Ele fala sobre o casamento enquanto instituição, seu incentivo, benefício e importância dentro da religião.

Depois, o pai da noiva concede a mão da filha ao noivo, dizendo: “Caso-te com minha filha, de acordo com os preceitos do Alcorão e da tradição do Mensageiro de Deus” ou diz algo similar, que tenha o mesmo significado.

O noivo por sua vez, diz: “Aceito e estou de acordo com o dote combinado”.

Depois o noivo oferece alguma quantia em dinheiro, jóia ou alguma coisa de valor à noiva, variando isto de acordo com o costume de cada povo. Cabe ressaltar que na cerimônia Islâmica não existe música ou enfeites (flores), não há altar e os noivos não precisam de roupa especial (a noiva não precisa usar branco como em outras religiões) e o casamento não necessariamente, precisa acontecer dentro da mesquita.

Se faz parte da cultura de algum país, acrescentar algo a mais na cerimônia, não há problema, desde que as tradições não sejam contra os preceitos Islâmicos. Vale lembrar também, que o uso de alianças não faz parte do casamento Islâmico. 

Outro detalhe fundamental no Islam, é que a mulher não adota o sobrenome do marido e por quê isso? Primeiro, pelo fato de que ela deve conservar os nomes de sua família e de seus pais e segundo pela origem pagã de tal tradição. A prática data de uma época em que a mulher estava restrita à vida doméstica. Sem direito de participar sequer das decisões familiares, a única posição social que ela poderia ter era ser filha ou esposa de Fulano. Tal obrigação legal/moral advem da origem patriarcal da família, em que a mulher sempre submissa ao homem, ao contrair casamento, deveria adotar o patronímico do marido, pois o conceito era que a mulher deixaria de fazer parte da sua família para pertencer à família de seu marido como se fosse um bem. 

Após a cerimônia deve-se oferecer um banquete (walimah) aos convidados com qualquer tipo de comida. É da boa educação aceitar o convite para o "walimah". O Profeta Muhammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) disse:

"Se alguém é convidado para comer, deve aceitar este convite. Se quiser, pode comer ou não."

Se a festa de casamento for separada, é permitido com que as mulheres se reunam para cantar e dançar juntas.

Após o casamento

Após a realização do casamento, existem algumas tradições recomendadas a serem adotadas.

Na noite de núpcias, faz parte das boas maneiras que o noivo coloque sua mão sobre a cabeça da noiva e peça a bênção de Deus. O noivo deve colocar sua mão na frente da cabeça da noiva e mencionar o nome de Deus, o Todo Poderoso, e pedir Sua boa vontade.

Faz parte da tradição que os noivos rezem assim que fiquem sozinhos. Eles devem juntos fazer duas prostrações e pedir a Deus a compreensão do outro e solicitar proteção contra o mal no outro.

Não faz parte do Islam que o noivo leve a noiva no colo para dentro de casa. De acordo com o escritor francês, Fustel de Coulanges, em seu livro "La Cité Antique", onde ele descreve antigos costumes romanos, esta atitude acontecia quando a noiva, que tinha seu próprio deus, que não era o deus de seu noivo, comprometia-se a adorar o deus do marido. Assim, ele tinha que carregar a esposa em seus braços com todo o cuidado para que os pés dela não tocassem o chão da casa, santificada pelos deuses que ela ainda não adorava. Somente após a aceitação dos deuses domésticos do marido é que ela estava apta a tocar o chão. Como se vê, faz parte de um costume politeista de Roma e também da antiga Grécia. É bem provável que venha daí o gesto de o noivo de levar sua noiva para a cama. O Islam, religião monoteista por execelência, não inova introduzindo outras práticas que são parte de uma cultura politeista por excelência.

Ao invés dos tradicionais cumprimentos do tipo "harmonia e muitos filhos", dizer, por exemplo: Que Deus os abençoe e que Sua bênção esteja com vocês e que os mantenha unidos na boa vontade.

Direito de Pedir o Divórcio:

Apesar de, no Islam, o casamento não ser uma relação temporária, sendo considerado para durar toda a vida, a sua dissolução será inevitável se ele falhar ao servir os seus propósitos. É nessa altura que surge o divórcio.

Devemos esclarecer que, no Islam, o divórcio é o último recurso quando todos os esforços conciliatórios falharem.

Existem outros aspectos deste ritual, com diversas abordagens. Caso se interessem,  no blog O nosso casamento tem uma descrição com outros aspectos desta cerimônia.

(A mulher no Islam)

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